segunda-feira, 28 de junho de 2010

Python "na fita"

A revista "Frontiers in Neuroinformatics" lançou um tópico especial Python in neuroscience

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Outros "destaques" ambientais

Ontem ouvi na rádio que um estudo, de não sei onde, apontava para a possibilidade "rápida" e economicamente viável de o Brasil reduzir em, acredito, 30% das emissões de CO2 até 2020. Essa redução seria o equivalente a retirar todos os carros do planeta por 3 anos. Parecia fantástico! Porém queria saber mais detalhes e confirmar os números, origem do estudo, os métodos de comparação e, mais importante, o "como".

Fui aos jornais de SP e busquei pela notícia... mas não achei essa especificamente. Mas achei outras interessantes e que não tinham chegados aos meus ouvidos ou olhos. Deixo aqui os outros destaques ambientais não tão destacados

A primeira, uma equivalente a que procurava, mas da europa. Muito positiva, porém também tão como isso seria possível?


As próximas me fazem perguntar porque duas notícias positivas como essas não recebem destaques como se fossem no sentido contrário?


A próxima é para não só olharmos para Amazônia


E por que nunca ouvi falar disso?

A última, o lado negativo do ambientalismo exagerado. Como diz um grande amigo meu, substituímos a visão apocalíptica do Deus Pai, pela da Mãe natureza.

Abs,
Fred

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Bolsa de valores é investimento seguro para o longo prazo?

Quem nunca leu uma reportagem de jornal ou revista, comentário de economista, ou mesmo um livro sobre investimento em bolsas de valores, e ouviu que no curto prazo esse tipo investimento é muito arriscado, mas que no longo prazo, 5-10 anos, esse risco se dilui muito.

Para corroborar essa afirmação utilizam o histórico da Bovespa (abaixo).



Agora, Bovespa é do grupo da regra ou da exceção? Como saberemos? Vejamos outras bolsas importantes. Se você pegar o índice Dow Jones (abaixo), a afirmação ainda vale.



Se você pegar a bolsa de países como México e Argentina, a história se repete.

No Canadá (abaixo), se não deu azar, ainda pode ter tido alguma valorização, mas também tem grandes chances de ter tido prejuízo. Mesmo que tivesse valorização, precisaria por na ponta do lápis para calcular se foi o melhor investimento. Afinal, juro sobre juro, mesmo que pequeno no curto prazo, pode ser considerável no longo.



Agora, e se você tivesse investido 10 anos atrás (1999-2001), ou mesmo na maior parte do período de 2000-2010, na Nasdaq (abaixo)?


Imagine investir no Japão, na bolsa de Osaka (abaixo), entre 1987-2000? Se fosse entre 2005 e 2008, teria ganho uma graninha. Mas isso é longo prazo?



E se fosse entre 1998-2002 na bolsa Suíça (abaixo), será que teria sido seu melhor investimento? Só vejo ganhos no curto e médio prazo novamente.


E se fosse entre 1999 e 2002 na bolsa de Amsterdam? Mais uma vez, ganhos, só no curto e médio prazo.

A mesma coisa em Paris?


Entre 2000 e 2001 na Alemanha, teria sido o melhor negócio? Alguma coisa "boa" em mais de 5 anos? Só se tivesse acertado previsto crises.


E se fosse entre 1998 e 2000 em Londres? Teria sido seu melhor investimento? No longo prazo, só entre 1985 e 2000.


É verdade que tivemos uma bela crise em 2008. Mas no longo prazo, crises maiores também não devem acontecer? O caso mais extremo é o do Japão: só conseguiu ganhar algum dinheiro nos últimos 20 anos quem investiu entre 2002-2003 e retirou antes do famigerado 2008. No mais, só perdeu dinheiro. Mas 5 anos está no limite de médio e longo prazo, certo?

Ai pergunto, os riscos de fato diminuem no longo prazo? Se sim, chega a ser relativamente seguro?

Para longo prazo (5-10 anos), é sempre o melhor investimento?

É possível garantir algum lucro sem ser uma pessoa de sorte ou um pouco especuladora?

Minha conclusão é que a economia é muito dinâmica e, consequentemente, a bolsa também. O cenário muda com freqüência e o longo prazo talvez seja imprevisível. Assim, me parece que apenas tendo uma gota de especulador e investindo para médio prazo é que os riscos podem se tornar mais controlados, embora mesmo assim continuem altos.

Quais são as suas conclusões?

Abs,
Fred

Fonte dos gráficos:

Todos os gráfico foram retirados do Yahoo! Finance (http://finance.yahoo.com/). Recomendo!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

"Contra o aquecimento global, planejamento familiar" - parte 2

Complementando postagem anterior, estimei a correlação entre posição no rank mundial de emissão de gás carbônico com posição no rank de produto interno bruto[1], dos países que incluí na análise passada.

Como pode ser visto no gráfico abaixo, e confirmado pelo teste de Spearman [2] , existe altíssima correlação entre PIB e emissão de CO2 de um país.


Claramente não podemos extrapolar de correlação para causa/efeito, já que a riqueza de um país não pode ser a causa de suas emissões. Entretanto, as causas de suas riquezas podem ser as mesmas de suas emissões. Essas, provavelmente, são estilo de vida e nível de industrialização, como tem sido largamente proposto.

Entretanto a intenção era lembrar (o que parecia estar claro) e tentar argumentar contra o movimento de "Planejamento Familiar/Controle de natalidade como forma de combate ao efeito estufa", foco da postagem anterior.

Fica claro que o foco das atenções para o combate do efeito estufa deve se voltar aos países ricos, que em geral tem taxa de natalidade sob controle, e não para as populações em crescimento desordenado, que geralmente estão associadas a probreza.

Abs,
Fred

[1] http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_GDP_%28nominal%29

[2]
Spearman's rank correlation rho

data: data$pibIMF and data$co2
S = 492.1893, p-value = 8.941e-07
alternative hypothesis: true rho is not equal to 0
sample estimates:
rho
0.8106964

domingo, 6 de junho de 2010

"Contra o aquecimento global, planejamento familiar"?

Recentemente recebi de um amigo a postagem (Contra o aquecimento global, planejamento familiar) de Andrea Vialli em 01/06/2010 em seu blog no "estadão". Em busca na internet, lí que um estudo da ONU de final de 2009 apoiava proposta semelhante.

Entendo as boas intenções, mas procurei avaliar a proposta criticamente.

Parti do pressuposto que, para justificar uma proposta como essa, deveria haver alguma correlação entre a contribuição dos países para a população mundial e sua respectiva contribuição nas emissões de dióxido de carbono, o principal gás do efeito estufa.

Rapidamente, para testar essa proposição, peguei da Wikipedia os 15 países com as maiores emissões desse gás [1] e os 15 países com as maiores populações [2], conforme tabela abaixo [3]. Com base nesses dados, testei se existe uma correlação razoável entre a posição dos países no "rank" de população e no de emissões.


A principio imaginava, e o gráfico acima parece confirmar, que a correlação não é das mais fortes. Não é surpreendente, já que sempre correlacionou-se emissão de CO2 com industrialização, e não com tamanho populacional. Entretanto, decidi confirmar com um teste de hipótese [5]. O intervalo de confiança (95%) dessa correlação é entre -0.46 e 0.31, e com "valor de p" de 0.66 para a hipótese alternativa de que a correlação é diferente de 0. Ou seja, se não cometi nenhum erro na análise e os dados da Wikipedia estão corretos, não é possível afirmar que existe alguma correlação entre a contribuição populacional de um país e sua contribuição em termos de emissão de gás carbônico.

Portanto, embora planejamento familiar possa ser importante
no combate a pobreza, não se justifica alguma medida desse tipo, muito menos controle populacional, em nome do combate ao aquecimento global.

Como essa informação pode interessar para outros, decidi postá-la aqui.

Discutindo um pouco o resultado e a questão

Antes de mais nada, é preciso lembrar que o homem criou o estado, e este existe para o primeiro, e não o contrário. A partir do momento em que o homem vivet para o estado, acredito eu, ele deve se rebelar.

Vale a pena ressaltar que planejamento familiar é uma atitude saudável, mas o controle de natalidade é uma imposição e está relacionada com estados autoritários, controladores. Enquanto esse último pode ser exercido sobre uma população de baixo desenvolvimento social, o primeiro não. Pois, uma vez que a população recebe educação e é capaz de planejar seu futuro, essa já é uma população em estágio de desenvolvimento posterior. E sabemos que, uma vez que a população é capaz de planejar seu futuro, ela tende naturalmente a crescer de forma mais controlada, estreitando
sua pirâmide demográfica. Isso não é novidade, é conhecido a tempos como "transição demográfica" e se verifica em vários países. Esses países, inclusive, passam a ter outros problemas, como escassez de mão de obra para serviços gerais e problemas previdenciários.

Por outro lado, se não há correlação entre número de "vidas" e emissão de gás carbônico, a visão tradicional de que a emissão está relacionada com a "qualidade" de vida - também citada no texto a que me referi no início - ganha suporte. Fica ai outro ponto a ser testado.

E justamente essa população desenvolvida, demograficamente auto-controlada, é que mais emite gás carbônico. Mas não precisamos ser poucos e com estilo de vida dos séculos anteriores. Negar o desenvolvimento, esse sim seria um erro, acredito eu. Novo cenário, novos problemas. Um mínimo local talvez. A população instruída precisa superar esse novo obstáculo com desenvolvimento de tecnologias com baixo impacto ambiental, e não impor restrições àqueles que desfrutam condições sociais inferiores.

Assim, acredito eu, cabe aos povos na ponta do desenvolvimento desenvolver essas novas tecnologias e, assim que possível, transmiti-las aos em estágios anteriores. Com educação todos os povos podem se desenvolver autonomamente, respeitando o planeta, a sociedade, mas também respeitando suas liberdades individuais, isto é, respeitando a si mesmo. Não há como respeitar os demais e o planeta se não se permite respeitar a si próprio.

Entretanto, para alcançarmos esse próximo estágio de desenvolvimento, precisamos escolher estratégias que nos tragam o melhor "custo/benefício", e tomar cuidado com qualquer uma com boa intenção, já que todas as propostas tem custos, mas apenas poucas benefícios reais.

Minha conclusão:

Como não há evidências de haver correlação entre tamanho da população e quantidade de gás carbônico e, como discuti anteriormente, planejameto familiar para populações com baixo desenvolvimento parece algo conceitualmente imcompatível, acredito que proposta como essa ou seja resultado de certa "miopia" ou da tentativa de implantar controle de natalidade sob o rótulo mais aceitável de "planejamento familiar". Assim, eu não apoio.



Abs,
Fred
[1]http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_population
[2]http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_carbon_dioxide_emissions
[3]
Pais;populacao;co2
China;1;1
India;2;4
EUA;3;2
Indonesia;4;19
Brasil;5;17
Paquistao;6;31
Bangladesh;7;65
Nigeria;8;39
Russia;9;3
Japao;10;5
Mexico;11;12
Filipinas;12;48
Vietna;13;37
Alemanha;14;6
Etiopia;15;110
Inglaterra;22;7
Canada;36;8
Coreiadosul;25;9
Italia;23;10
Australia;51;16
Irã;17;11
Mexico;11;12
Africa do sul;26;13
Franca;20;14
Arabia Saudita;46;15

[4]
Pearson's product-moment correlation
data: data$populacao and data$co2
t = -0.439, df = 23, p-value = 0.6647
alternative hypothesis: true correlation is not equal to 0
95 percent confidence interval:
-0.4693860 0.3153264
sample estimates:
cor
-0.09116298
_____________________________________________
Spearman's rank correlation rho
data: data$pop and data$co2
S = 2304.887, p-value = 0.589
alternative hypothesis: true rho is not equal to 0
sample estimates:
rho
0.1135052